Comitê da Cultura de Paz e Não Violência

Fonte: Comitê Internacional da Cruz Vermelha

13-06-2012 Comunicado de imprensa 12/117

Durante a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, realizada no Rio de Janeiro, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) alerta sobre o impacto destrutivo que a contaminação por armas causa no desenvolvimento sustentável.

As munições não detonadas e o armamento abandonado matam e ferem a população no campo e na cidade, acarretando graves consequências para o desenvolvimento econômico e social da zona afetada. Além dos danos físicos e psicológicos às pessoas, a contaminação por armas também degrada o meio ambiente, contamina o solo e a água, destroi a fauna e a flora, entre outros efeitos negativos. O problema afeta mais de 40% dos países onde o CICV realiza atividades.

Contaminação por armas: devastação do meio ambiente e sofrimento da população” [folheto disponível para download] é a temática do estande do CICV no Parque dos Atletas. No período de 13 a 24 de junho, haverá uma exposição fotográfica, materiais impressos e vídeos para o público em geral e para os participantes da Rio+20. O CICV também apresentará a questão durante a Terceira Reunião do Comitê Preparatório da Conferência (Prepcom III), no dia 14 de junho, às 13h30, na sala T-5, no Centro de Convenções do Riocentro, no evento paralelo: “O impacto negativo da contaminação por armas no desenvolvimento sustentável”.

“A contaminação por armas não representa apenas uma ameaça permanente à segurança de populações inteiras, mas impede, ainda, o acesso às terras cultiváveis, à água e aos alimentos. Em regiões de alto risco, os serviços básicos como o atendimento médico e a educação também são afetados”, advertiu o chefe da Delegação do CICV para Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai, Felipe Donoso. “Do mesmo modo, dificulta o trabalho de assistência aos mais necessitados nos momentos de emergência humanitária”, acrescentou.

Para responder às consequências humanitárias provocadas pela contaminação por armas, o CICV criou uma unidade que coleta informação sobre os possíveis riscos que a população enfrenta, e promove programas de educação em áreas contaminadas para reduzir riscos. Em alguns casos, as equipes do CICV também podem efetuar remoções de armas e tornar prédios e infraestrutura essencial, como hospitais, escolas, estações de bombeamento de água, em lugares seguros a fim de possibilitar a reabilitação no período do pós-conflito e a retomada dos serviços básicos.

Essas atividades são desenvolvidas em países nos quais os conflitos armados terminaram há décadas, como o Laos, e em outros que sofreram conflitos recentes, como o Iraque e a Líbia. Neste último país, por exemplo, o CICV destruiu ou neutralizou mais de 6,5 mil artefatos desde 2011. Além disso, vários programas de sensibilização foram realizados, em parceria com o Crescente Vermelho da Líbia, para chamar a atenção da população sobre os perigos causados por esses dispositivos.

Outras informações:
Sandra Lefcovich, CICV, Brasília, tel.: +55 6181751599, celular: +55 61 751 599
Jamile Chequer, CICV, Rio de Janeiro, tel. + 55 2181482500