Os Cinco Saberes do Pensamento Complexo
[Pontos de encontro entre as obras de Edgar Morin,
Fernando Pessoa e outros escritores]
Humberto Mariotti
p�g. 2/4
Por meio dos versos de Caeiro, a l�rica pessoana entrela�a as consci�ncias l�gica e
po�tica. Ela �, pois, uma forma de exercer a atitude fenomenol�gica; e com isso ajuda-
nos, e muito, a lidar com a complexidade. Alguns exemplos:

N�o acredito em Deus porque nunca o vi.
Se ele quisesse que eu acreditasse nele,
Sem d�vida que viria falar comigo
E entraria pela minha porta dentro
Dizendo-me, Aqui estou!5 �
(...)
Mas se Deus � as flores e as �rvores
E os montes e o sol e o luar,
Ent�o acredito nele,
Ent�o acredito nele a toda hora,
E a minha vida � toda uma ora��o e uma missa,
E uma comunh�o com os olhos e pelos ouvidos.
Mas se Deus � as �rvores e as flores,
E os montes e o luar e o sol,
Para que lhe chamo eu Deus?
Chamo-lhe flores e �rvores e montes e sol e luar;
Porque, se ele se fez, para eu o ver,
Sol e lua e flores e �rvores e montes,
Se ele me aparece como sendo �rvores e montes
E lua e sol e flores,
� que ele quer que eu o conhe�a
Como �rvores e montes e flores e luar e sol.6
(...)
Sim, eis o que os meus sentidos aprenderam sozinhos:
As coisas n�o t�m significa��o, t�m exist�ncia.
As coisas s�o o �nico sentido oculto das coisas.7
(...)
A espantosa realidade das coisas
� a minha descoberta de todos os dias.
Cada coisa � o que �,
E � dif�cil explicar a algu�m quanto isso me alegra,
E quanto isso me basta.8
(...) �
O Universo n�o � uma id�ia minha.
A minha id�ia de Universo � que � uma id�ia minha.
A noite n�o anoitece pelos meus olhos,
A minha id�ia da noite � que anoitece por meus olhos.
Fora de eu pensar e de haver quaisquer pensamentos
A noite anoitece concretamente
E o fulgor das estrelas existe como se tivesse peso.9

Saber Esperar
Para n�s, n�o h� nada mais dif�cil do que esperar. A exemplo do que fez com tudo mais,
nossa cultura privilegiou a dimens�o quantitativa do tempo. Deu primazia ao tempo
medido em rela��o ao vivido. Como a temporalidade medida �, em nossa concep��o,
igual a dinheiro, e como o dinheiro com muita freq��ncia se relaciona a imediatismo,
ansiedade e temor, saber esperar reduziu-se a um sin�nimo de perder tempo, isto �,
perder dinheiro e sentir medo. �

Transformamos o tempo em uma coisa, uma mercadoria, como mostrou Marx em seus
estudos sobre o tema. Na mesma linha, a apropria��o do tempo (e a mecaniza��o da
gestualidade) das pessoas foi tamb�m consagrado como o ponto central do taylorismo
� a "ger�ncia cient�fica" das linhas de produ��o industrial, que Charles Chaplin satirizou
em Tempos Modernos. �

Qualquer tentativa de fazer uma ontologia do tempo suscita desde logo a quest�o de se
ele � linear ou circular. � importante registrar que nas tr�s grandes tradi��es patriarcais
de nossa �poca � o cristianismo, o juda�smo e o islamismo � o tempo � linear. Na
B�blia, com exce��o do Eclesiastes, � assim que ele � considerado. Segundo essas
tradi��es, marchamos sobre essa reta com princ�pio meio e fim determinados, sempre
em dire��o a um alvo final � a morte � que pode representar a salva��o ou a dana��o
eternas. N�o existe possibilidade de segunda chance.

� essa linearidade que torna poss�vel as press�es, cobran�as e advert�ncias que
instilam em n�s o pavor em rela��o a esse marco do qual n�o se volta. Tal
circunst�ncia contribui, � evidente, para que encaremos a morte como um ponto final
que nos apavora e n�o como um dado da vida. Tende tamb�m a fazer com que
desvalorizemos a passagem, a trajet�ria, e tudo aquilo que com ela se relaciona.

Trata-se de uma unidirecionalidade que torna poss�vel as amea�as partidas de deuses
masculinos, severos, punitivos e fiscalizadores. Possibilitou, ainda, a emerg�ncia de
filosofias como o determinismo hist�rico de Hegel, apropriado por Marx e transformado
em uma esp�cie de via dolorosa, a ser percorrida na dire��o da beatitude final do
comunismo salvador.�

Al�m de levar � desvaloriza��o do cotidiano, a retilineidade princ�pio-meio-fim dificulta
muito a pr�tica da toler�ncia, da serenidade e da compaix�o. Por outro lado, sempre
estimulou a "competitividade". Por�m, mesmo com o aceno a penas terr�veis e com a
impossibilidade de retorno, n�o se conseguiu evitar as infind�veis tentativas de burlar
as puni��es mediante toda sorte de estratagemas, muitos deles anti�ticos.

Tudo isso levou ao desaprendizado da espera. A concep��o linear do tempo tornou
poss�vel, como j� foi dito, a sua apropria��o e transforma��o em mercadoria � ponto
central da filosofia das linhas de montagem industrial e da id�ia de produto acabado. A
reifica��o, a quantifica��o e a comercializa��o do tempo fizeram com que ele se
tornasse artificialmente escasso e, como tal, objeto de usura. � o caso dos prazos
banc�rios � e tamb�m da apropria��o e desvaloriza��o da temporalidade e da
subjetividade.�

Nesse modelo n�o h� lugar para o ser humano individualizado, mas sim para o homem
recortado, o homem-fun��o. O padr�o linear-quantitativo fez com que a t�cnica
determinasse a vida humana e n�o o contr�rio. Temos uma enorme dificuldade de
compreender que, ao ver o tempo s� como um bem de consumo ou moeda de troca,
perdemos a sabedoria da espera. Isto �: perdemos uma das dimens�es mais importantes
da nossa exist�ncia. N�o sabemos distinguir o tempo cultural do tempo natural e
pagamos muito caro por isso. Ao institucionalizar a temporalidade linear, deixamos de
respeitar a diversidade das temporalidades individuais.�

Essa � a t�nica da nossa cultura, na qual os dominadores imp�em aos dominados (mas
tamb�m a si pr�prios) o seu modelo mec�nico de temporalidade, e o tempo da cultura
patente reprime o da cultura latente. � claro que precisamos dessa linearidade para as
pr�ticas da vida mec�nica � mas n�o precisamos dela como indutora de paran�ias.�

Do ponto de vista qualitativo, o tempo n�o se ganha nem se perde: vive-se. Nas
grandes tradi��es anteriores � judaico-crist�, a temporalidade � circular, reflete a
din�mica dos sistemas da natureza, o que nos mostra que vivemos num mundo de
ciclos. Com elas, aprendemos que saber esperar � saber viver.

� preciso reaprender a aguardar o nascer do dia, o cair da noite, a chegada de uma
esta��o do ano, as fases da lua, o desenvolvimento de uma id�ia. Os ciclos da vida
incluem o tempo de espera dos sistemas. Vivemos neles e eles em n�s. N�o h� como
desenvolver uma alteridade bem diversa da que vivemos hoje sem entender a
complementaridade dos tempos linear (o tempo mec�nico-produtivista) e n�o-linear (o
tempo sist�mico). Ela nos levar� a uma vis�o complexa da nossa temporalidade.

E preciso, por exemplo, n�o pretender apressar a chegada da felicidade. Essa proposta
n�o quer dizer que devamos esper�-la passivamente, mas por outro lado mostra que de
nada adianta persegui-la como se ela fosse uma ca�a. Com efeito, a experi�ncia mostra
(e insistimos em n�o aprender com ela) que � a persegui��o ansiosa da felicidade que
muitas vezes nos faz infelizes. �

Aqui, a no��o de coisa mais uma vez faz com que ignoremos a de processo: a felicidade
que se busca com tanta sofreguid�o � apenas a da acumula��o material. Essa � a id�ia
de felicidade que herdamos do Iluminismo, e que continua em vigor at� hoje. Ela
pressup�e que as sociedades caminhar�o sempre rumo � perfei��o, que o evoluir da
hist�ria est� predeterminado por leis fixas e que o indiv�duo, na qualidade de
instrumento desse determinismo, � conduzido por ele. �

Trata-se, pois, da id�ia de felicidade projetada sobre uma linha de tempo, sujeita �
quantifica��o e que suscita, no outro p�lo, a no��o de escassez. Esta, por sua vez,
produziu a convic��o de que prolongar o processo vital � igual a prolongar a felicidade.
Trata-se de um ponto de vista em princ�pio razo�vel, mas que em certos casos, al�m de
desvalorizar o momento presente, inspira a��es de posterga��o artificial da vida em
situa��es em que ela j� n�o � compat�vel com a dignidade humana.

Fala-se pouqu�ssimo na felicidade que surge no aqui-e-agora do conv�vio das pessoas �
a felicidade solid�ria. � compreens�vel: nosso cotidiano competitivo pode ser tudo
menos feliz, embora seja nele, e n�o num reino transcendental, que temos de viver.
Nossa mente tem pouca capacidade de entender e valorizar a felicidade que emerge da
conviv�ncia. Um dos motivos para isso � que esta n�o � facilmente apropri�vel e
transform�vel em moeda de troca, como se faz com o tempo.

Os obst�culos a essa compreens�o s�o muitos e est�o muito enraizados nos c�nones
de nossa cultura, segundo os quais � preciso competir, batalhar, ganhar muito dinheiro
para poder comprar a felicidade. Na pr�tica, as pessoas n�o raro acabam concluindo
que � t�o dif�cil ser feliz por esses meios que imaginam que o seja por todos os demais.
E assim, no fim das contas, acabamos nos considerando incapazes de ser felizes seja
de que maneira for. �

A felicidade n�o est� no t�rmino de uma linha de tempo, na qual o come�o e o meio
tamb�m est�o predeterminados. A pr�pria id�ia de conquista subentende-a dif�cil e
fugidia. Nessa �tica, ela � considerada uma forma de vantagem e continuamos a
persegui-la por toda parte � menos onde se encontra: no espa�o de conviv�ncia com
o outro humanamente legitimado, e no respeito ao tempo de que ela precisa para
emergir.

Saber esperar n�o � uma condi��o que deriva de um conjunto de regras, de um sistema
filos�fico ou de uma disciplina pragm�tica. Tampouco � uma condi��o transcendente, �
qual devemos nos curvar movidos pela f�. Trata-se de uma dimens�o importante da
condi��o humana, e neg�-la � negar a pr�pria ess�ncia do viver.

N�o � por acaso que saber esperar � uma dimens�o t�o feminina. Na mulher, essa
caracter�stica n�o � uma virtude, uma proposta metaf�sica ou um valor moral. Pode at�
evoluir para tudo isso, sem d�vida, mas no princ�pio, na base, saber esperar � uma
quest�o biol�gica. A mulher � um ser lunar, que sabe que precisa aguardar pelos
grandes ciclos de seu universo org�nico: o menstrual, o grav�dico, o puerperal, o do
aleitamento. Ela sabe que n�o h� como tentar aceler�-los, nem competir com eles sem
que os resultados sejam desastrosos. E � essa sabedoria do viver que a capacita para a
sabedoria do conviver.

Aprender com a mulher os mist�rios da temperan�a e da serenidade � algo que n�s, os
homens, precisar�amos voltar a fazer.10 Digo voltar, porque j� sabemos que era assim
nas ancestrais culturas matr�sticas. Se existe uma biologia do amor, existe tamb�m uma
biologia da espera, e saber exerc�-la � o caminho natural para aprendermos a lidar com
a ansiedade e o imediatismo. N�o estou dizendo que a mulher � superior ao homem ou
vice-versa, mas conv�m lembrar que, em nossa cultura, um dos grandes obst�culos �
compreens�o e aceita��o da biologia da espera � a tradicional desvaloriza��o do
feminino.11

H� muito que lan�amos sobre as mulheres a culpa pelas dificuldades e frustra��es que
nosso imediatismo nos faz passar. Projetamos nelas os preconceitos oriundos de nossa
insist�ncia em negar a n�o-linearidade e a complexidade inerentes ao mundo e ao
tempo. Por isso, dizemos que elas s�o imprevis�veis, inconstantes, obscuras, dif�ceis de
lidar. Ou seja, dizemos que a mulher encarna todos os aspectos da vida que nossa
mente racionalizadora n�o consegue p�r sob controle, esquecidos de que, ao nos
expressarmos assim, reafirmamos que o feminino � a pr�pria vida, da qual tanto nos
queixamos, e � qual, ao mesmo tempo, tanto nos apegamos.

Saber Conversar
O que para n�s � claro, pode ser incompreens�vel para o outro. Como observam Joseph
O'Connor e Ian McDermott, em princ�pio tendemos a julgar a n�s mesmos pelas nossas
inten��es e n�o pelo resultado de nossos atos.

Esse pressuposto em muitos casos nos leva a ser auto-tolerantes: se algo d� errado,
ou se o resultado de nossas atitudes prejudica algu�m, sempre poderemos dizer que
n�o era essa a nossa inten��o. Por outro lado, costumamos julgar o outro n�o pelas
suas inten��es (que nem sempre podemos adivinhar), mas por seu comportamento. Se
algo n�o d� certo, ou se algu�m � prejudicado, torna-se bem mais dif�cil sermos
tolerantes com ele. �

Mas ocorre que o tipo de alteridade ao qual estamos culturalmente determinados �
gerador de mil cautelas, medos e desconfian�as � n�o nos p�e � vontade para
conversar de modo aberto sobre as nossas inten��es. Ao contr�rio, muitas vezes
tendemos a escond�-las ao m�ximo. Se avalio o outro apenas pelo seu comportamento
(e n�o pelo seu comportamento mais as suas inten��es), � claro que ele me julgar� do
mesmo modo.

Esse � mais um dos resultados da limita��o de nossas percep��es e entendimentos pelo
racioc�nio de causalidade simples, que refor�a a desconfian�a e a constante busca de
"provas", aumenta o n�vel de cobran�as e dificulta a toler�ncia. Somos inclinados a
reagir a comportamentos e n�o a interagir com inten��es e condutas.

Modificar o nosso modelo de conversa��o constitui, talvez, a melhor forma de lidar com
essa dificuldade. Sabemos que nosso conversar � determinado por um alto n�vel de
institucionaliza��o. Em nossa cultura, n�o s�o muito freq�entes as oportunidades de
falar com liberdade e sinceridade. Essa situa��o poder� mudar de modo significativo, se
e quando conseguirmos transformar nossas conversas em trocas de inten��es, em vez
de continuar a fazer delas meios de ocult�-las. � preciso construir uma �tica do
dialogar, cujo ponto de partida pode ser a aprendizagem de como receber feedback (em
especial o negativo) e mudar em fun��o disso.

� claro que essa atitude n�o significa que devemos fazer tudo o que o outro quer.
Nosso principal empenho ser� faz�-lo dar-se conta de que estamos procurando
entender que seu comportamento provavelmente reflete as suas inten��es, e que
esperamos que ele fa�a o mesmo a nosso respeito.
Precisamos estar bem conscientes, por�m, de que a alteridade que baliza a nossa
cultura potencializa as posi��es reativas e dificulta as criativas, o que n�o quer dizer
que devamos renunciar a estas. A chave para compreender esse sistema � tentar
chegar �s inten��es do outro. �

Tudo bem examinado, deduz-se que saber conversar � algo que s� se aprende quando
se � livre. Entre as muitas maneiras de definir o que significa ser livre chama aten��o a
de Viktor Frankl, que definiu liberdade como o intervalo entre o est�mulo e a resposta,
isto �, o espa�o entre as quest�es que o mundo nos prop�e e as respostas que lhe
damos. Frankl sabia o que dizia. As bases de seu pensamento � que deram origem a
uma corrente de psicoterapia existencial, a logoterapia � come�aram na d�cada de 20,
mas foram consolidadas em sua experi�ncia como prisioneiro de campos de
concentra��o nazistas.

O psicoterapeuta Rollo May define liberdade do mesmo modo: como a possibilidade que
uma pessoa tem de estabelecer uma pausa entre o est�mulo e a resposta e depois
orientar-se para uma determinada atitude, escolhida entre v�rias outras. � esse
intervalo, esse pequeno interst�cio, que convida as pessoas a serem livres. E � dele que
temos tanto medo: sempre que chamados a visit�-lo, refugiamo-nos no j� visto, no
conhecido. Essa � a principal forma de manter conversa��es que costumam louvar as
virtudes do novo e queixar-se da repetitividade da vida, mas que s�o, elas pr�prias,
repetitivas em sua insist�ncia em opor-se a novas maneiras de ver o mundo.

Quando digo que precisamos reaprender a conversar, estou me referindo a essa
circunst�ncia. Reaprender a conversar significa aprender de novo a utilizar nossos
espa�os de cria��o. Mas, como sabemos, o medo de ser livres faz com que fujamos
deles. Essa fuga se faz com mais freq��ncia por meio de nosso h�bito de fazer
perguntas padronizadas, as quais por sua vez suscitam respostas estereotipadas. Ou
seja, dizemos o que os outros querem ouvir para que eles nos respondam o que
queremos ouvir � e assim nada se aprende e nada se ensina. �

Se cada um de n�s percebe o mundo segundo a sua pr�pria estrutura, saber conversar
significa antes de mais nada saber perguntar. Expliquemos. Em nossa cultura, muitas
vezes o di�logo se torna uma competi��o, na qual se decidir� quem fala melhor, quem
argumenta com mais brilhantismo e assim por diante. Em geral, julgamos que uma
quest�o bem formulada � aquela que p�e o outro em dificuldades. Sentimo-nos
vitoriosos quando conseguimos embara�ar o nosso interlocutor. Propor-lhe perguntas
dif�ceis, acu�-lo, significa para n�s um triunfo. Com muita freq��ncia, usamos as
perguntas n�o para conversar, para aprender algo, mas para "vencer" um debate.

O modo como o interlocutor entende o nosso questionamento depende de sua
estrutura, n�o do que perguntamos. Saber perguntar � fazer perguntas que produzam
altera��es no questionado, isto �, que o levem a aprender algo, a modificar-se e depois
partilhar conosco o que aprendeu. Nesse sentido, saber questionar, antes de ser uma
pretens�o a receber algo de quem se pergunta, equivale a dar-lhe uma oportunidade de
transformar a sua estrutura, isto �, de aprender. Trata-se, no fim das contas, de um
processo mai�utico.

Ensinar � propor quest�es mobilizadoras. Estas produzem em quem as formula uma
expectativa respeitosa diante da resposta, e � por isso que saber questionar conduz a
saber ouvir. N�o pode haver indaga��es adequadas sem a conseq�ente prepara��o
para receber o retorno.
p�g. 1/4
p�g. 3/4
voltar