Comitê da Cultura de Paz e Não Violência

Com Lia Diskin

A aliança entre o movimento mundial pela Cultura de Paz, desencadeado pela UNESCO, e as pesquisas sobre a Paz iniciadas na segunda metade do século 20, evidenciam a urgência de encontrar uma nova base de convivência democrática, um repertório de conhecimentos capaz de minimizar as escandalosas injustiças sociais, a exclusão geradora de violência e a ação predatória sobre os parcos recursos que restam no planeta. Tal revolução demanda redefinir prioridades, ampliar a percepção da realidade e acionar valores de integração social – o que significa abrir caminhos a um novo paradigma.

Entretanto, os paradigmas não se instituem, não nascem por decreto, se constróem. São fruto de processos nos quais a consciência coletiva vai metabolizando novas variáveis para dar conta dos desafios que a complexidade crescente lhe apresenta. A matéria prima de tais desafios está nas conseqüências das escolhas realizadas num passado próximo ou remoto. No acontecer humano, na história da nossa espécie, há um encadeamento de causas e feitos – nem sempre linear – que nos permite olhar para trás e para frente em busca de modalidades de ser e estar no mundo mais satisfatórios e desejáveis, o que demanda conhecer para poder agir, e conhecer e agir para poder mudar.

A Cultura de Paz tem duas missões: primeiro desvendar, tornar visíveis as violências que se perpetuam pela omissão e/ou aceitação de condições humilhantes como sendo próprias das dinâmicas sociais, inevitáveis ou, pior ainda, intrínsecas à natureza humana. Segundo, implementar novas tecnologias de convivência que abordem o conflito como instrumento necessário à manutenção democrática dos relacionamentos. Uma sociedade pautada na liberdade é plural, portanto as divergências não devem ser impedidas, mas trabalhadas de modo edificante para que as partes envolvidas possam descobrir espaços de articulação e crescimento mútuo, reafirmando que a paz é sempre possível, e a violência, evitável.

 


Lia Diskin: Formada em Jornalismo com especialização em Crítica Literária, co-fundadora da Palas Athena, coordenadora do Comitê Paulista para a Década da Cultura de Paz. Recebeu a Medalha da Associação Cultural Internacional Gibran (ACIGI) por “Acrescentar ao Progresso do Ocidente a sabedoria do Oriente” e homenagem do World Trade Center São Paulo para aqueles que constroem a cultura de paz. Recentemente recebeu da UNESCO o Diploma de Reconhecimento por suas atividades na área da Cultura de Paz durante as comemorações dos 60 anos da UNESCO.

 


ENTRADA FRANCA
3 de agosto de 2006 – quinta-feira – 19 horas
Auditório do MASP – Museu de Arte de São Paulo Av. Paulista, 1.578 –
São Paulo – SP (Estação Trianon-Masp do Metrô)