Com Marshall Rosenberg
As estruturas sociais vigentes que norteiam nossas relações de família, educação, distribuição de recursos, justiça, convivência com a natureza, cultura, auto-reflexão e comunhão espiritual estão fundadas numa lógica de dominação que cresce como modo cultural há pelo menos cinco mil anos, como demonstram os pensadores Riane Eisler, Walter Wink e David Korten. Esta lógica, e as práticas que a distinguem – como a guerra, a exclusão, a punição, a vingança, a exploração e a formação e luta de impérios – chegam a um ponto crítico de implosão e começam a desmoronar.
A Cultura de Paz reúne os esforços dos que despertam em si e nos outros o reencantamento pela Vida, co-criando novas formas, redescobrindo outras antigas, de compartilhar poder para resignificar, agindo para promover valores universais.
Das ideias que formulamos acerca de nós mesmos e o outro, às maneiras de resolver conflitos comunitários, surgem alternativas que permitem transcender as construções. Conceituais de inimigo, escassez e violência como resposta inerente à nossa espécie. A base ética dessa possibilidade, como descreveu Martin Bubber, se manifesta no encontro.
Com grupos divididos por guerra – étnica, religiosa ou civil, nas mesas de família e de trabalho – dinâmicas comuns são reveladas, captadas na profunda simplicidade do poeta Rumi, no século 13: “Lá, além das idéias de fazer certo e fazer errado, há um campo. Te encontro lá”
Neste convite empático de busca de compreensão mútua, está a semente de um novo olhar sobre a violência, visto agora como a expressão trágica de necessidades humanas não atendidas. Há também a emergência do agente de paz, que desenvolve competências de intenção e de atenção para estabelecer, manter e aprimorar estruturas sociais de parceria que possibilitam considerar o bem-estar de todos: uma inteligência a serviço da vida.
Marshall Rosenberg, doutor em psicologia clínica, mediador e promortos de relações de parceria sustentáveis diante de conflitos fundou, em 1984, o Centro de Comunicação Não-Violenta, que capacita e promove projetos de aplicação dos príncipios de seu trabalho em mais de 50 países. É autor de nove livros, incluindo Comunicação Não Violenta, publicado no Brasil pela Editora Ágora, e já traduzido em mais de vinte idiomas, que será lançado durante a realização deste Fórum.
ENTRADA FRANCA
8 de novembro de 2006 – quarta-feira – 19 horas
Auditório do MASP – Museu de Arte de São Paulo Av. Paulista, 1.578
São Paulo – SP (Estação Trianon-Masp do Metrô)
Realização: Comitê Paulista para a Década da Cultura de Paz