É necessária uma faísca para provocar um incêndio. É necessário um ato de coragem para revelar iniquidades que se perpetuam no silêncio.
Essa faísca, essa coragem foi deflagrada pela Sra. Rosa Parks, uma simples costureira negra que se recusou a ceder seu assento para passageiros brancos que acabavam de subir no ônibus que a levava ao serviço. Foi presa. Era 1º de dezembro de 1955, e em poucos dias se organiza o boicote ao uso de ônibus de Montgomery, Atlanta, em protesto contra a sua detenção.
Neste cenário de clara e legalizada discriminação social emerge a liderança de Martin Luther King que, ao longo de quase um ano de articulações junto à comunidade negra para sustentar o boicote dos transportes públicos locais, consegue que a Corte Suprema dos Estados Unidos declare inconstitucionais as leis de segregação racial nos ônibus.
Esta conquista inspira a trajetória de ações em busca de direitos civis, que se expressa e se eternaliza no seu famoso discurso “Eu tenho um sonho“.
Em 4 de abril de 1968, Martin Luther King foi assassinado; mas seu “sonho” já se havia realizado em 2 de julho de 1964, com a Lei dos Direitos Civis promulgada nos Estados Unidos erradicando todo tipo de discriminação racial no território nacional. Um ano mais tarde, é assinada a Lei dos Direitos de Voto pondo fim às práticas eleitorais discriminatórias.
Neste dia 4 de abril de 2020, iniciamos as homenagens ao pacifista e líder visionário com a 17ª Semana Martin Luther King.
Ao longo dos dias serão disponibilizados pelo site da Associação Palas Athena, do Comitê de Cultura de Paz e Não Violência, e pelas redes sociais parceiras, documentários, filmes, trechos de seus discursos e reflexões contemporâneas sobre a atualidade do seu ativismo e desdobramentos do seu legado.
Todo “sonho” tem um começo … mas ele pode ser recriado, reinterpretado e ressignificado, porque não tem fim.