As novas percepções oriundas das ciências fundamentais apontam que o universo inteiro funciona baseado em leis de harmonia e equilíbrio, isto é, por meio de justiça. Justiça não é apenas uma virtude moral ou uma norma ética, mas um padrão cósmico; é a maneira de ser do universo. Justiça não é um ato vindo de cima pelas mãos de um Deus indignado; ela vem do próprio tecido da criação. Pode-se dizer que este colapso ambiental que estamos sofrendo é a justiça cósmica respondendo à injustiça humana. Não há um determinismo rígido. Há espaço de liberdade para que possamos exercer nosso livre arbítrio, porém dentro da harmonia existente no próprio tecido do universo.Diante deste quadro, como ver a relação entre justiça e paz!
Percebe-se que o “Direito” como instrumento de realização da justiça, de modo geral, vem se desviando de seu alvo. Na busca da justiça, deparamo-nos com uma realidade complexa, cujos desequilíbrios sociais na grande maioria das vezes, são “reequilibrados” institucionalmente com base no uso da força ou da ameaça desse uso, por meio de normas de conduta calcadas em valores diversos, nem sempre condizentes com o caso concreto.
O que fazer, então, para que seja possível implementar uma justiça restauradora, uma justiça que deixe o mundo melhor, que não agrave mais a desarmonia social, que busque de todas as forma não fazer mal à vida e ao ser humano e, se o fizer, restaure; enfim, uma justiça comprometida com a paz?
Dr. Egberto de A. Penido: é juiz de Direito em São Paulo
– ENTRADA FRANCA –
20 de agosto de 2002 – terça-feira – 18h
Local: Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo
Sala Walter Belda
Av. Dr. Arnaldo, 715 – São Paulo
(Estação Clínicas do Metrô)
Realização: Comitê Paulista para a Década da Cultura de Paz
– um programa da UNESCO –