Em adesão ao Dia Internacional da Diversidade Cultural (21 de maio)
a cargo do Prof. Dr.Acácio Sidinei Almeida Santos
Vinte anos depois da euforia do bem sucedido single “We are the world” em “benefício” das vítimas da fome na África, o mundo volta-se novamente para o continente africano. Crescem os programas de ajuda humanitária e a esperança de ver resolvida, pelo menos em parte, as dores humanas. Crescem também os esforços para que o mundo daqueles que querem ajudar conheça o mundo daqueles que serão “ajudados” e o convite para que atravessem as fronteiras e vejam a África não-oficial, a África das economias vernaculares, das solidariedades e das reciprocidades, elementos primordiais para a construção da paz duradoura.
Crescem os esforços para que os mundos (africano e não-africano), em um só mundo, vejam nas reciprocidades uma esperança para que as ajudas não representem apenas uma vontade de dominação e arrogância, mas sim o mais profundo reconhecimento de que o remédio do homem é o homem.
A África é uma das últimas escolas para todos nós que acreditamos que um outro mundo é possível. O alerta que ecoa alto daquele continente nos adverte para que saibamos que aquilo que acontecer às sociedades africanas, acontecerá irremediavelmente a todos nós.
Por isso, ao tratarmos das reciprocidades africanas na construção da paz mundial, estaremos tratando também de descobrir possibilidades comunitárias para uma sociedade mais ampla e potencialmente mais aberta para a vida.
NA OCASIÃO HAVERÁ UMA EXPOSIÇÃO DE TECIDOS AFRICANOS DE DIVERSAS PARTES DO CONTINENTE.
A maneira de vestir o corpo revela, em todas as sociedades e culturas, modos de estar no mundo. Assim, em muitas partes da África os tecidos, com suas variadas tramas, cores e texturas indicam papéis sociais, estampam mensagens, contam histórias, transmitem idéias, valores e propõem soluções. Enquanto a padronização da vestimenta impera em muitas partes do globo, as cidades e aldeias africanas pulsam o ritmo da criatividade vibrante das roupas e de seus habitantes.
ENTRADA FRANCA
6 de maio de 2008 • terça-feira • 19 horas
Auditório do MASP • Museu de Arte de São Paulo
Av. Paulista, 1578 – São Paulo – SP (Estação Trianon-Masp do Metrô)
ACÁCIO SIDINEI ALMEIDA DOS SANTOS possui graduação e mestrado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo(PUC/SP). Doutorado em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP/SP) e Pós-doutorado pela Faculdade de Saúde Pública / USP. Atualmente é professor do Departamento de Antropologia da PUC/SP, consultor da Faculdade de Medicina da PUC/SP, pesquisador e vice-coordenador da Casa das Áfricas (www.casadasafricas.org.br). Tem experiência nas áreas de Antropologia e Sociologia, atuando principalmente nos seguintes temas: África, migração, ritos funerários, morte, afro-brasileiro, religiosidade afro-brasileira, ancestralidade, saúde e HIV/AIDS. Desde 1999 desenvolve trabalho de campo na Costa do Marfim, África do Oeste.