Comitê da Cultura de Paz e Não Violência

Desde 2005 o Centro de Direitos Humanos e Educação Popular de Campo Limpo – CDEHP trabalha com o programa Escola de Perdão e Reconciliação, inicialmente desenvolvido na Colômbia.

A violência faz parte do nosso cotidiano e o contexto onde trabalhamos revela suas diferentes faces. É importante capacitar as pessoas para lidar com a violência, com a raiva, a dor, o luto e a sensação de impotência. O programa oferece acesso a ferramentas para quebrar o ciclo da violência.

Entendemos o perdão conforme proposto por Hannah Arendt: uma possibilidade de liberar-se do que passou. A violência do passado não pode definir nossas repostas de hoje, ou estaríamos para sempre presos ao que já aconteceu. Trabalhar o perdão na educação significa dar a dimensão certa e justa para uma situação, e não ignorar, diminuir ou mesmo esquecer, mas ensinar a elaborar os acontecimentos a fim de curar a memória, libertar o passado, firmar-se no presente e ser capaz de imaginar e criar o futuro.

Este processo de reconciliação é um movimento de elaborar a dor, acolher as verdades, assumir responsabilidades, reparar danos e relações. Instaura-se um “campo”, um “inter” entre a subjetividade e o mundo público, sócio-político.

Nossa experiência de seis anos de atividade formando aproximadamente 500 educadores e profissionais de diversas áreas, de centros de crianças e adolescentes, centros de jovens em conflito com a lei, em área de periferia marcada por grande vulnerabilidade e exclusão social – formando também agentes da pastoral carcerária – mostrou que, o trabalho com a dimensão da subjetividade, combinada com a dimensão sócio-política, nos permite desenvolver um novo olhar.

A mudança interna é fundamental para acolher as mudanças paradigmáticas que uma justiça restauradora pede. A formação em Perdão e Reconciliação oferece uma base para essa mudança, e o livro A arte de viver e conviver: Escola de Perdão e Reconciliação é fruto da aplicação destes conceitos a crianças e adolescentes, bem como a professores, pais de família e comunidades.


PETRONELLA M. BOONEN – Doutora em Educação pela USP, com tese sobre a Justiça Restaurativa. Mestra em Educação, pós-graduada em Mediação de Conflitos, e cientista social.

JOANNE BLANEY – Mestra em Educação pela Universidade de Maryland e cientista política. Tem o treinamento completo para capacitar facilitadores em Práticas de Justiça Restaurativa no International Institute for Restorative Practices (IIRP), em Bethlehem, Pennsylvania, EUA.

Ambas são educadoras do Centro de Direitos Humanos e Educação Popular – CDEHP, e idealizadoras do Programa Perdão e Justiça com trabalhos em diversas localidades, dentro e fora do Brasil.


 

ENTRADA FRANCA

10 de maio de 2011 ▪ terça-feira ▪ 19 horas
Auditório do MASP ▪ Museu de Arte de São Paulo
Av. Paulista, 1578 – São Paulo/SP – Estação Trianon-Masp do metrô
Não é necessário fazer inscrição antecipada

Realização: Comitê da Cultura de Paz
www.comitepaz.org.br – www.palasathena.org.br