Comitê da Cultura de Paz e Não Violência

Com Prof. Dr. Marcello Árias Danucalov

Desde os primórdios da humanidade o homem tem se questionado sobre o sentido de sua existência, assim como a origem daquilo que hoje denominamos mente, mas que outrora se chamava alma ou espírito. A dualidade entre o corpo e a mente é um assunto cativo na pauta de filósofos, religiosos, psicólogos e outros profissionais. A ciência relutou durante anos em conceder atenção aos fenômenos mentais. Nas últimas décadas, desenvolveram-se tecnologias que nos permitem uma investigação mais pormenorizada das bases biológicas de nossa alma.

No passado, filosofia e ciências naturais caminhavam juntas, mas o tempo as separou em campos opostos. A primeira tem, desde a origem, interesse na problematização da vida visando à escolha da melhor maneira de viver e de conviver. Pensar a vida boa, ponderar o certo e o errado, meditar sobre o bem e o mal, deliberar sobre a própria vida, sem esquecer que nossas decisões geram efeitos naqueles que nos rodeiam – são atividades genuinamente humanas. Temos chamado isso de Ética. A segunda debruçou-se sobre problemas relativos à compreensão e previsão dos fenômenos naturais, tendo como objeto de pesquisa os dados “positivos”, ou seja, aqueles que podem ser medidos e matematizados.

Todavia, nos últimos quarenta anos deu-se uma surpreendente aproximação entre esses dois campos. Algumas questões até então primordialmente filosóficas hoje são discutidas em laboratórios de pesquisa. Em contrapartida, filósofos têm, com frequência, “inserido alguns neurônios” em suas elucubrações sobre as bases filosóficas do bem viver. Platão, provavelmente não se alegraria com esse diálogo entre a sensibilidade e a ideia. O mesmo não se pode dizer de seu contemporâneo Demócrito, que há 2500 anos só faltou fazer referência aos neurônios ao desenvolver sua teoria atomista.

Mas nosso assunto é a Ética, sendo assim, legitimaremos o ponto de vista de Platão, Demócrito e tantos outros com vistas à construção de um quadro ainda mais amplo de nossa humanidade.

 


8 de abril de 2014 • terça-feira • 19 horas
Auditório do MASP ▪ Museu de Arte de São Paulo
Av. Paulista, 1578 – São Paulo/SP – Estação Trianon-Masp do metrô
Não é necessário fazer inscrição antecipada

 


Marcello Árias Danucalov. Doutor em Ciências (Psicobiologia) – (UNIFESP); Mestre em Farmacologia (UNIFESP). Possui graduação em Filosofia e em Educação Física. Ministra aulas de Filosofia e Ética, Neurobiologia do comportamento humano, comportamento organizacional, em graduações e pós-graduações. É cofundador do Instituto Appana – Desenvolvimento Humano. Consultor e palestrante com atuação no mundo corporativo. Finalista do Prêmio Saúde 2013 da Editora Abril na categoria saúde mental e emocional.