Sandra Godoy – Palas Athena
“Se não puder voar, corra. Se não puder correr, ande. Se não puder andar, rasteje, mas continue em frente de qualquer jeito”. Foi com esta emblemática frase que o ator João Signorelli abriu a celebração da 14ª. Semana Martin Luther King, no dia 4 de abril, no Sesc Vila Mariana. O evento é uma realização da Associação Palas Athena com o Sesc, com a cooperação da UNESCO e do Consulado Geral dos Estados Unidos da América em São Paulo.
Com o tema Violência Não Abre Caminhos, a Semana Martin Luther King convidou o público a refletir e celebrar o legado do líder pacifista, num momento em que o mundo enfrenta desafios ligados à intolerância, ao racismo e diversidade. A vice-cônsul dos Estados Unidos em São Paulo, Jenna Paisley, fez a abertura do evento, citando que o pensamento de Martin Luther King não poderia ser atual, mesmo após 49 anos de sua morte. “Ele mostrou que o racismo se manifesta de várias formas, e a melhor forma de combatê-lo é a não-violência”, afirmou.
Em seguida apresentou-se a cantora Andréa Balbino, que interpretou, a capella, a canção Clube da Esquina, de Milton Nascimento, e, acompanhada do violonista Rick Udler, emocionou a plateia com Imagine, hino pacifista de John Lennon.
Claudia Rosalina Adão, assistente social do Centro Social Marista Ir. Justino, especialista em gestão de projetos sociais, mestranda do Programa de Mudança Social e Participação Política da EACH-USP Claudia apresentou um resumo de sua dissertação de mestrado – Territórios de Morte, Homicídios da Juventude Negra x Territórios Pobres da Cidade de São Paulo – que articula raça, território e indicadores sociais ao índice de homicídios entre jovens negros, fez um panorama histórico das as políticas pós abolição e suas consequências nos dias atuais.
O professor Carlos Machado, em sua fala, destacou a falta de informação sobre cientistas e inventores negros, como Garret Morgan, que desenvolveu o semáforo, e a jovem cientista brasileira Nadia Ayad, cujos estudos com o grafeno permitirão filtrar e dessalinizar a água do mar. Machado aproveitou o evento para anunciar seu livro sobre o assunto, “Ciência, Tecnologia e Inovação Africana e Afrodescendente”, no qual ele relata a história desses cientistas e sua contribuição para a história da humanidade.
Para encerrar a 14ª. Semana Martin Luther King, o grupo Denna e as Mandingas levantou o público com sua música, que mescla a mandinga capoeirista com o soulrapjazz, o berimbau, a percussão capoeirista como atabaque, agogô, pandeiro temperados com guitar e bateria na marcação. Uma celebração digna do líder pacifista que a inspirou.