Comitê da Cultura de Paz e Não Violência

Nossos ancestrais se reuniam em roda à volta do fogo ou com a família em torno da mesa da cozinha. Nos dias de hoje não tem sido tarefa fácil construir espaços de empatia e respeito para resolver conflitos e chegar a consensos. A metodologia dos processos circulares remonta à antiga tradição dos nativos americanos que usavam um bastão da fala para estruturar seus diálogos, e recebe o aporte dos conceitos contemporâneos de democracia, liderança e responsabilidade partilhadas. O círculo de construção de paz, quando implementado por profissionais treinados, é um processo que permite plena expressão das emoções numa atmosfera de respeito. Ele promove a escuta qualificada, e o empoderamento de todos os participantes.

Os processos circulares vem sendo usados no sistema judicial e, nesse contexto, o círculo envolve todas as partes afetadas a fim de participarem na decisão de como corrigir a situação depois de um crime. O processo identifica os danos e necessidades de todas as partes, determinando como tais necessidades serão atendidas. Nas escolas é aplicado para criar um ambiente positivo em sala de aula e resolver problemas de comportamento. Nos locais de trabalho oferece metodologia eficaz para lidar com conflitos e chegar a consensos, no serviço social, para desenvolver sistemas de apoio mais orgânicos, capazes de efetivamente ajudar pessoas que lutam por encontrar um sentido para suas vidas.

Logo se percebeu que esses círculos podiam ser úteis também para prevenir animosidades, visto que aumentam o senso de interligação e humanidade partilhada. Ao utilizar o círculo como ferramenta para criar um senso comunitário em qualquer grupo, diminui-se a probabilidade de mal-entendidos que podem escalar, levando a conflitos ou delitos. Além disso, os processos circulares promovem restabelecimento e criam possibilidade de romper ciclos viciosos, nos quais vítimas se tornam perpetradores.



Kay Pranis
– é instrutora independente e facilitadora de círculos de construção de paz. De 1994 a 2003 desempenhou no Departamento Correcional de Minnesota as funções de Planejadora de Justiça Restaurativa. Trabalhou com as lideranças de estabelecimentos correcionais, da polícia, dos tribunais, de associações de bairro, comunidades religiosas e escolas desenvolvendo uma resposta abrangente ao crime e ao conflito, com base na justiça restaurativa. Atua no desenvolvimento de processos circulares para o sistema judiciário, escolas, vizinhanças, famílias e empresas. É autora de inúmeras obras sobre o tema, inclusive Manual Básico de Processos Circulares, publicado pela Palas Athena Editora, e que será lançado na ocasião deste fórum.


ENTRADA FRANCA

5 de outubro de 2010 ▪ terça-feira ▪ 19 horas
Auditório do MASP ▪ Museu de Arte de São Paulo
Av. Paulista, 1578 – São Paulo/SP – (Estação Trianon-Masp do Metrô)
Informações: Palas Athena (11) 3266-6188
Realização: Comitê Paulista para a Década da Cultura de Paz
www.palasathena.org.br