Comitê da Cultura de Paz e Não Violência

Estamos condenados à violência?

Com Camilo Ghorayeb e Eliane Atihe

 

“Eles sabem lidar com a violência, mas já provaram repetidas vezes que não sabem lidar com a não violência”, dizia
Martin Luther King.

Este é um ótimo ponto de partida e já, de cara, expõe a essência do ato agressivo: ele é a resposta a um mundo que não se conhece, não se entende ou não se considera. Uma resposta automática, de sobrevivência ao desconhecido que ameaça. Mas como outro grande pensador, Joseph Campbell, também observou, não há mais lugares desconhecidos neste mundo. Tudo está mapeado e estudado.
As duas percepções nos alertam para nosso problema atual, pois já não se pode viver sem ser importunado por mundos e ideias que descartaríamos.

E agora? Há saída? Ou estaremos fadados aos impulsos mais primitivos como se tivéssemos esgotado a civilização?

Camilo Ghorayeb

 

 

IMAGENS PARA VIVER UM ANO DE MARTE

Estaremos condenados à violência? Penso que sim, se continuarmos a insistir em combatê-la unicamente com as ferramentas da razão instrumental.

Quanto mais o intelecto nos rapta para um mundo de abstrações e idealizações, mais a violência parece se avolumar na sombra do ego coletivo.

Ante Apolo descompensado, Dioniso também se descompensa. A razão onipotente empobreceu a imaginação, reduziu a memória aos fatos e alienou os afetos. Essas são marcas de nossa época, mas também altares vazios em nossa psique, para onde alguns deuses precisam retornar, inspirando-nos a rever nossos mitos regentes. Somente o cultivo da alma pode fornecer continentes para a violência, transmutando-a ao invés de simplesmente pretender erradicá-la. Nessa noite de Maio de um ano de Marte, quero refletir sobre a violência de um ponto de vista imaginativo e lunar: luz indireta, fantasias, velhas histórias de deuses esquecidos…


Eliana Atihe

 

 


ENTRADA GRÁTIS

7 de maio de 2019 • terça-feira • 19 horas
Local: Teatro do Sesc Vila Mariana
Rua Pelotas, 141 – Vila Mariana, São Paulo – SP.
Prefira Transporte Público
Metrô Ana Rosa 750m  e Metrô Paraíso 1000m
Retirada de ingressos no dia da atividade, a partir das 14h,
nas unidades do Sesc (exceto Interlagos, Itaquera e Parque Dom Pedro II)

 


 

Eliana Atihé  Passou a vida perseguindo as imagens. Foi da Comunicação Social às Letras. A Poesia a levou até a Semiótica, onde ela fez o mestrado. Na Semiótica, tudo era frio e asséptico. No cruzamento entre a Educação e a Psicologia, ela encontrou Jung, Hillman, Campbell e com eles fez o doutorado. Eles a levaram de volta aos mitos que cultivaram sua alma desde a infância. Então ela descobriu que as imagens que perseguia estavam lá desde o começo.

 

Camilo Ghorayeb – Psicoterapeuta, psicólogo pela Universidade São Francisco-Campinas, Mestre em Psicologia Profunda pela Pacifica Graduate Institute-EUA. Professor na Associação Palas Athena, no curso de especialização em psicologia analítica pela UNICAMP e de formação de analistas Junguianos pelo IPAC. Professor de Medicina Tradicional Chinesa. Coeditor e coautor de “A tribute to James Hillman: A Renegade Psychologist”; coautor de “Tributo a James Hillman, Geografia em Extensão e Pacifica Graduate Institute: An Alumni Tribute to 40 Years of Tending the Soul In and Of the World”.

 


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