Comitê da Cultura de Paz e Não Violência

Com Profa. Dra. Rose Marie Inojosa

Na sociedade contemporânea há uma geração ativa da pobreza e da desigualdade em função do modelo de produção, que permite que a riqueza cresça sem que cresça igualmente a inserção das pessoas e seu acesso a bens e serviços. As escolhas que a sociedade tem feito na sua ação direta, e por meio do Estado, muitas vezes têm sido inadequadas ou insuficientes para

1) reduzir a desigualdade;
2) impedir a ruptura dos laços sociais e a sua manifestação por meio da violência;
3) garantir o acesso universal e equânime a serviços e condições de vida que são direito do cidadão;
4) lidar com o “mal-estar” dos incluídos.

Considerando que situações sociais complexas demandam uma sinergia que ações isoladas e setorializadas não têm capacidade de alcançar, as redes se apresentam como uma possibilidade de reunir parceiros autônomos, mobilizados por um mesmo objetivo, para a realização de ações articuladas, com sua diversidade de visões, opiniões e riquezas.

O modelo das redes não é novidade. O mercado o utiliza largamente, e também existem na sociedade “redes do mal”, da corrupção, do tráfico. Um modelo não é bom nem mau em si, mas tem virtudes e potenciais.

Para a gestão social, algumas características do modelo em rede, como a integração cooperativa de parceiros; a potencialização e legitimação de ações; a manutenção das identidades e autonomia dos entes, e a flexibilidade e horizontalidade nas relações podem ser muito úteis. Porém, a característica determinante que possibilita ao modelo em rede ter um diferencial positivo para o
alcance de resultados de programas e projetos sociais é o compartilhamento dos valores da cultura de paz, do compromisso com o sofrimento do outro e a solidariedade.

A proposta deste Fórum é dialogar sobre o modelo das redes e sobre experiências que vêm trabalhando com esse modelo, buscando considerar seus ganhos, fragilidades e potencialidades.


Profa. Dra. Rose Marie Inojosa é membro-fundador da Rede Gandhi: Saúde, Cultura de Paz e Não-violência; secretária executiva do CONASEMS – Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde e coordenadora de Projetos da FUNDAP – Fundação do Desenvolvimento Administrativo. Mestre em Ciências da Comunicação e Doutora em Saúde Pública.

 



ENTRADA FRANCA

15 de março de 2005 – terça-feira – 18h
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo
Auditório Paula Souza
Av. Dr. Arnaldo, 715 – São Paulo – (Estação Clínicas do Metrô)

Realização: Comitê Paulista para a Década da Cultura de Paz
– um programa da UNESCO –