Comitê da Cultura de Paz e Não Violência

Com Lourdes Alves

A experiência de vida familiar e comunitária foram determinantes para minhas escolhas e orientação profissional. Durante toda minha infância e juventude tive exemplos de homens e mulheres simples que se reuniam para discutir problemas locais e estratégias para solucioná-los. Eram todos incansáveis e tinham um objetivo comum: transformar para melhor a qualidade de vida e convivência na comunidade. Meu pai era um líder comunitário, articulador carismático e dono de uma vontade inquebrantável, foi a minha principal influência e referência para construção do conceito de política social.

Graduei-me em psicologia e tive a oportunidade de desenvolver competências para o trabalho terapêutico, educação infantil, ensino fundamental e projetos sociais. Nos últimos oito anos tenho me dedicado ao fomento, articulação e mediação de Redes Sociais, e fui buscar referência principalmente nas publicações do Chico Whitaker, membro do comitê de organização do Fórum Social Mundial. Na sua definição, “Rede é uma estrutura alternativa de Organização capaz de reunir pessoas e organizações em torno de um objetivo comum”. Ele coloca em cheque a estrutura piramidal, hierárquica e de poder concentrado, e chama a atenção para uma outra e possível forma de organização social baseada na horizontalidade, na relação igualitária, no poder de todos e de cada um – exercido por todos e por cada um – na circulação livre da informação e da decisão negociada e consensual.

Outra referência veio com o conceito de DLIS – Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável, uma metodologia de indução ao desenvolvimento local, apresentada pela AED – Agência de Educação para o Desenvolvimento, cujo principal mentor, Augusto de Franco, propõe novas formas de desenvolvimento social e faz uma clara distinção entre crescimento econômico e desenvolvimento social. “Na Perspectiva do Desenvolvimento Social se não houver mudança dos componentes e das relações entre os componentes da sociedade não há desenvolvimento.” Suas teses contemplam os conceitos de capital humano, econômico e social.

O conhecimento produzido pelas pessoas, hoje, é percebido como o mais valoroso recurso de uma sociedade, os profissionais mais valorizados são os que detêm mais conhecimento, portanto gerenciá-lo passa a ter um valor estratégico para as tecnologias sociais, e se constitui em elemento importante para a construção de novas relações e interações sociais promovendo, desse modo, a cultura de paz.

 


Lourdes Alves: Psicóloga e Pós Graduada em Gestão do Conhecimento, atua na área social desde 1986. Atualmente é docente convidada da Associação Palas Athena em cursos livres sobre Gestão do Conhecimento. Representa o Senac São Paulo no Conselho Parlamentar de Cultura de Paz- Sérgio Vieira de Melo, e é especialista em fomento e articulação de Redes Sociais e em Economia Solidária. É agente de desenvolvimento local capacitada pela AED – Agência de Educação para o Desenvolvimento. No ano de 2004 recebeu premiação da WIZO – São Paulo, entidade internacional, pela sua atuação no terceiro setor.

 


ENTRADA FRANCA
7 de março de 2006 – terça-feira – 18 horas
SESC Avenida Paulista
Av. Paulista, 119 – Paraíso – São Paulo – SP
(Estação Brigadeiro do Metrô)
Realização: Comitê Paulista para a Década da Cultura de Paz