Comitê da Cultura de Paz e Não Violência

Por Priscila Fonseca – Palas Athena

Em 28 de janeiro passado, Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, foi lançada a Campanha #somoslivres, uma parceria entre a Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae) e o Ministério Público do Trabalho (MPT). O evento contou com uma conferência do prêmio Nobel da Paz de 2014, o indiano Kailash Satyarthi, um dos líderes do movimento global contra o trabalho infantil e o trabalho escravo.

Kailash Satyarthi partilhou com o público sua trajetória de lutas, iniciada quando um pai, desesperado porque sua filha seria aliciada pelo trabalho escravo, bateu em sua porta. Queria que ele escrevesse um texto sobre a violência que sua família estava sofrendo. Kailash respondeu que a gravidade da situação exigia mais que um texto e foi pessoalmente ajudar na libertação da jovem. Desde então, não parou de trabalhar para livrar crianças e jovens da escravidão, conseguindo libertar mais de 83 mil pessoas.

Certo dia, quando tentava livrar uma família do regime escravo em um circo, ele foi agredido brutalmente. Um amigo, ao ver o vídeo da ação, perguntou como ele tinha coragem de realizar uma atividade tão perigosa desarmado. Praticante da cultura de paz, Kailash respondeu que não podia utilizar as mesmas ferramentas do opressor: “Se eles querem usar desses artifícios, serão responsáveis por suas escolhas”.

Ele terminou sua fala contando a parábola do beija-flor, que ao ver a floresta pegar fogo saiu voando em direção às chamas levando água em seu bico. Então o leão lhe disse ser impossível apagar o fogo com um bico tão pequenino. O beija-Flor respondeu: “Por menor que seja o meu trabalho, eu vou fazer a minha parte”.

A campanha espera conscientizar os brasileiros sobre o que é trabalho escravo e denunciar que, ainda hoje, muitos seres humanos são submetidos a jornadas de trabalho exaustivas em ambientes insalubres, com péssimas condições de higiene, entre outras atrocidades.

Saiba mais sobre a campanha e o trabalho de Kailash nos links abaixo:

http://satyarthi.org/

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